Estudos científicos comprovam que a utilização da medicina indígena Ayahuasca promove muitos benefícios, abaixo citaremos alguns estudos e suas referências bibliográficas.

A Ayahuasca é a junção do cipó jagube (Banisteriopsis caapi, também conhecido como Liana, Mariri, Yagé ou Caapi) e da rainha (arbusto Psychotria viridis conhecida como Chacrona), do ponto de vista farmacológico a utilização dessa medicina pode reverter quadros de alcoolismo, comportamento violento, comportamento suicida, depressão, autismo, esquizofrenia, desordem de déficit de atenção por hiperatividade e demência senil. (1)(8)

Estudos indicam o potencial terapêutico desta bebida no tratamento de várias enfermidades, incluindo a dependência química e a depressão. (7) A harmina, β-carbolina de maior concentração presente no mariri, possui ação antitérmica, antibiótica, antifúngica, antimalárica, antileishmaniose e quimioterápica. (2)

Os princípios ativos contidos na Ayahuasca faz dela um chá enteógeno, ou seja, ela não possui efeito alucinógeno pois promove a expansão da consciência em vários níveis e suas percepções. Diferentemente das substâncias contidas em drogas ilícitas que causam alteração comportamental, de mudança de caráter ou desordem social. (6)

Na Chacrona é presente o composto dimethyltryptamine (DMT), um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Complutense de Madri, na Espanha, e publicado na revista científica Translational Psychiatry, da Nature Research, mostrou que o DMT promove não apenas a formação de novos neurônios, mas também a de outras células neurais, como astrócitos e oligodendrócitos, que têm importantes funções no funcionamento do sistema nervoso. Os astrócitos, por exemplo, são responsáveis pela sustentação e nutrição dos neurônios. Já os oligodendrócitos, por sua vez, são responsáveis pela produção da bainha de mielina, que funciona como uma capa isolante de proteção dos neurônios. (3)

Por isso, de acordo com José Ángel Morales, pesquisador do Departamento de Biologia Celular da Universidade Complutense, "a capacidade da dimetiltriptamina de modular a plasticidade cerebral sugere que ela seja uma substância com grande potencial terapêutico para o tratamento de doenças psiquiátricas e neurológicas, incluindo doenças neurodegenerativas”. (3)

Um estudo conduzido pelo Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP) e realizado em uma unidade psiquiátrica, utilizando apenas uma dose de Ayahuasca entre 120-200 ml ingerida por 6 voluntários em depressão mostrou reduções de 82% em até 21 dias após a ingestão, considerando a Escala de Avaliação de Hamilton para Depressão (HAM-D), a Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Åsberg (MADRS) e a subescala Ansioso-Depressão da Escala de Avaliação Psiquiátrica Breve (BPRS). Também se observou que não houve alterações significativas nos escores da Young Mania Rating Scale (YMRS) e na subescala de transtorno do pensamento do BPRS, ou seja, provando que a Ayahuasca não induz episódios de mania e/ou hipomania em pacientes com transtornos de humor e modificações do pensamento (5).

O uso religioso tem amparo legal no país desde 1986, por meio da Resolução nº 6 CONAD, sendo, posteriormente corroborado pela Resolução Nº 1 CONAD, de 25 de janeiro de 2010, que também proibiu a comercialização do chá. O uso religioso da ayahuasca também tem respaldo legal em outros países, inclusive os Estados Unidos e Holanda, Recentemente, a ayahuasca foi reconhecida como patrimônio imaterial da cultura Brasileira. (4) Evidências arqueológicas sugerem que o uso da Ayahuasca já era realizado entre populações na Amazônia Equatoriana a pelo menos 2000 anos a.C (6).

A dose letal aguda da ayahuasca corresponde a mais de 50 vezes a dose utilizada em humanos (considerada o uso de aproximadamente 120 ml por sessão), confirmando a segurança do uso desta bebida no contexto religioso. Dessa forma, a dose letal da ayahuasca é semelhante a dose letal de ingestão de água, de acordo com a Sociedade Americana de Química uma pessoa que pesa 74 kg morreria se ingerisse 6 litros de água de uma só vez. (4)

Hoje com o avanço da ciência é possível atestar uma série de benefícios do ponto de vista farmacológico da utilização da Ayahuasca, entendemos que todos os estudos deste campo estão em pleno desenvolvimento, pois assim também está a ciência.

Salientamos que além dos benefícios físicos descritos nos artigos acima, em nossa casa trabalhamos com a melhora espiritual e por meio dela outros benefícios são atingidos, pois dessa forma a auto cura acontece, gostaríamos de deixar claro que a utilização dessa medicina indígena no âmbito religioso/espiritual potencializa a capacidade de cura do frequentador de acordo claro com suas ações e pensamentos no dia a dia.

1 - SANTOS, Rafael Guimarães dos. AYAHUASCA: neuroquímica e farmacologia. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) [online]. 2007, vol.3, n.1 [citado 2022-06-17], pp. 00-00.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762007000100007&lng=pt&nrm=iso.ISSN 1806-6976 ou aqui.
Autor
Rafael Guimarães dos Santos
Biólogo. Mestre em Psicologia – Processos Comportamentais (Universidade de Brasília). Doutorando no Centre d'Investigació de Medicaments, Institut de Recerca, Servei de Farmacologia Clínica, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau (HSCSP), Departament de Farmacologia i Terapèutica, Universitat Autònoma de Barcelona (Espanha). Pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP)

2 - SANTOS, Rafael Guimarães dos. Efeitos da Ayahuasca em medidas psicométricas de pânico, ansiedade e desesperança
Disponível em: https://www.rau2.ufscar.br/(..)/17/16 ou aqui.

3 - Cristiane Bomfim, Da Agência Einstein - 23/11/2020 11h57. Substância presente em chá de Ayahuasca estimula formação de neurônios.
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/(..) ou aqui.

4 - Marcus Vinícius von Zuben, MD, PhD - 6/10/2015 - Universidade de Brasília - Ayahuasca - bebida sagrada com potencial farmacológico
Disponível em: https://www.toxicologia.unb.br/?pg=desc-noticias_foco&id=40 ou aqui.

5 - Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, Brazil. RFS is a Fellow of the Science without Borders Program, Brazil (process no. 245447/2012-1). - Antidepressant effects of a single dose of ayahuasca in patients with recurrent depression: a preliminary report
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/(..)/ ou aqui.
Autores
Flávia de L. Osório
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil National Science and Technology Institute for Translational Medicine (INCT-TM), , Brazil

Rafael F. Sanches
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil Centre d'Investigació de Medicaments, Servei de Farmacologia Clínica, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Barcelona - Spain

Ligia R. Macedo
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil

Rafael G. dos Santos
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil

João P. Maia-de-Oliveira
Department of Clinical Medicine, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal - RN - Brazil

Lauro Wichert-Ana
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil

Draulio B. de Araujo
Hospital Universitário Onofre Lopes, UFRN, Natal - RN - Brazil Brain Institute, UFRN, Natal - RN - Brazil

Jordi Riba
Centre d'Investigació de Medicaments, Servei de Farmacologia Clínica, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Barcelona - Spain Human Experimental Neuropsychopharmacology, Institut de Recerca, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Barcelona - Spain Department of Pharmacology and Treatment, Universitat Autònoma de Barcelona, Spain Centro de Investigación Biomédica en Red de Salud Mental, CIBERSAM, Barcelona - Spain

José A. Crippa
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil National Science and Technology Institute for Translational Medicine (INCT-TM), , Brazil

Jaime E. Hallak
Department of Neurosciences and Behavior, Ribeirão Preto Medical School, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto - SP - Brazil National Science and Technology Institute for Translational Medicine (INCT-TM), , Brazil

6 - AYAHUASCA NOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
Disponível aqui.
Autores
Fabrício Cavalcante Frauzino
Médico, membro do Grupo de Trabalho Saúde e Espiritualidade da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, médico da Estratégia Saúde da Família da CiniCASSI Palmas (TO), supervisor do Programa Mais Médicos para o Brasil no Estado do Tocantins e colaborador do Movimento pela Vida. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7476619939511433. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6123-2372. E-mail: fcfrauzino@gmail.com

Ana Leticia Covre Odorizzi Marquezan Valdir
Psicóloga com mestrado em Educação, professora de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA. Lattes: http://lattes.cnpq.br/3466454211013091. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5105-1495. E-mail: analeticiaodorizzi@gmail.com Centre d'Investigació de Medicaments, Servei de Farmacologia Clínica, Hospital de la Santa Creu i Sant Pau, Barcelona - Spain

Francisco Odorizzi
Médico, professor do curso de medicina e do programa de residência médica da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Linha de pesquisa: Saúde Coletiva, Populações Vulneráveis (Quilombolas e Indígenas), Fitoterapia e Medicina de Família e Comunidade, Tutor do Programa Mais Médicos para o Brasil no Estado do Tocantins e colaborador do Movimento pela Vida. Lattes: http://lattes.cnpq.br/4080384800831588. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6315-3336. E-mail: vfo@mail.uft.edu.br

7 - Antidepressive and anxiolytic effects of ayahuasca: a systematic literature review of animal and human studies
Disponível em: https://www.scielo.br/j/(..) ou aqui.
Autores
Rafael G. dos Santos
Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil

Flávia L. Osório
Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Medicina Translacional, Ribeirão Preto, SP, Brazil

José Alexandre S. Crippa
Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Medicina Translacional, Ribeirão Preto, SP, Brazil

Jaime E. C. Hallak
Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brazil Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - Medicina Translacional, Ribeirão Preto, SP, Brazil Correspondence: Rafael G. dos Santos, Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Hospital das Clínicas, 3° andar, Av. Bandeirantes, 3900, CEP 14040-900, Ribeirão Preto, SP, Brazil.E-mail: banisteria@gmail.com

8 - Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiânia (ITGT-GO)- Compreensão de sentidos atribuídos à ayahuasca: percursos terapêuticos do uso ritualístico, Revista da Abordagem Gestáltica - versão impressa ISSN 1809-6867 Rev. abordagem gestalt. vol.26 no.2 Goiânia maio/ago. 2020 - http://dx.doi.org/10.18065/2020v26n2.4
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672020000200005 ou aqui.
Autores
Jaqueline Tavares de Assis
Graduação em Psicologia pela Universidade de Brasília, mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde pela Universidade de Brasília e doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília. Atualmente é professora e coordenadora no curso de Psicologia das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central / (https://orcid.org/0000-0003-1737-5936) / Email: jaqueassis@gmail.com

Maria Inês Gandolfo Conceição
Graduada em Psicologia pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília, especialista em Psicologia Hospitalar (CRP), mestre em Psicologia pela Universidade de Brasília, doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília. Professora Associada IV do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília, onde atua nos cursos de graduação e pós-graduação / (https://orcid.org/0000-0002-4052-33813) / Email: inesgandolfo@gmail.com

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